A Galp apareceu em força com uma nova campanha publicitária que traz a imagem gráfica da empresa actualizada pela Ivity. A nova imagem desdobra o logótipo em várias vertentes, uma tendência deveras actual que já convenceu muitas grandes marcas inclusivamente a portuguesa EDP pelo Stephan Sagmeister. Outras marcas internacionais como a AOL usam este tipo de solução ou nacionais como a Guimarães 2012.
O logo da Galp foi concebido em 2002 pela Brandia e apresentava um bom design, simples mas impactante e icónico. Era um quadrado arredondado disposto a 45º da “linha de terra” e que continha um G que acompanha o fundo na geometria e se destaca do mesmo sendo branco sobre laranja. Esta primeira versão do logo já tinha efeitos 3d que estavam bem conseguidos mantendo sempre uma boa legibilidade e contraste. O título Galp acompanhava o ícone na tipografia Dax por vezes ao lado, outras vezes por baixo do mesmo.
Um trabalho de design com qualidade, com bastante força e que se expandiu pelo quotidiano dos portugueses. Este logo dava origem ao “tangerina” cujo sorriso assentava no quadrado arredondado do logo principal entre outros logos do grupo com a mesma geometria e todos eles estavam bem concebidos (missão UP, movimento energia positiva)
Na versão do logo que aparece agora, a Ivity aplicou uma espécie de “botox” gráfico ao logo e na nossa opinião estragou tudo com efeitos 3d de qualidade duvidosa e exagerados. Para agravar a descaracterização do logótipo original foram criadas várias versões nas quais o logo é aplicado sobre texturas 3D que na maior parte dos casos arruína a legibilidade do símbolo “G” da marca. A aplicação do “G” por cima de fundos com pouco contraste demonstra a falta de qualidade desta solução que apenas funciona na versão que tem um fundo com textura de relva.
Outro “passo atrás” foi a mudança de tipografia que a Ivity levou a cabo, passou da Dax Extended que tem bastante qualidade (apesar do uso excessivo em imagens gráficas corporativas) para uma tipografia parecida com a Sone Bold e que tem muito menos em comum com a geometria do ícone.
Depois da polémica imagem gráfica da Sonae, desenvolvida pela Ivity, mais uma vez esta agência aparece com um trabalho de qualidade muito baixa e que nos deixa a questionar o porquê das grandes marcas portuguesas confiarem os seus “rostos” a estes gigantes gráficos que cada vez mais parecem trabalhar de uma forma desfasada da realidade.
É uma actualização negativa e que decepcionou no geral, quer a nível de design gráfico puro e também a nível de estratégia de comunicação. Até houve algumas reacções críticas como podem ler nesta análise do Pedro Albuquerque da Albuquerque Designing Business.