14 Junho, 2022
A Galp apareceu em força com uma nova campanha publicitária que traz a imagem gráfica da empresa actualizada pela Ivity. A nova imagem desdobra o logótipo em várias vertentes, uma tendência deveras actual que já convenceu muitas grandes marcas inclusivamente a portuguesa EDP pelo Stephan Sagmeister. Outras marcas internacionais como a AOL usam este tipo de solução ou nacionais como a Guimarães 2012.
O logo da Galp foi concebido em 2002 pela Brandia e apresentava um bom design, simples mas impactante e icónico. Era um quadrado arredondado disposto a 45º da “linha de terra” e que continha um G que acompanha o fundo na geometria e se destaca do mesmo sendo branco sobre laranja. Esta primeira versão do logo já tinha efeitos 3d que estavam bem conseguidos mantendo sempre uma boa legibilidade e contraste. O título Galp acompanhava o ícone na tipografia Dax por vezes ao lado, outras vezes por baixo do mesmo.
Um trabalho de design com qualidade, com bastante força e que se expandiu pelo quotidiano dos portugueses. Este logo dava origem ao “tangerina” cujo sorriso assentava no quadrado arredondado do logo principal entre outros logos do grupo com a mesma geometria e todos eles estavam bem concebidos (missão UP, movimento energia positiva)
Na versão do logo que aparece agora, a Ivity aplicou uma espécie de “botox” gráfico ao logo e na nossa opinião estragou tudo com efeitos 3d de qualidade duvidosa e exagerados. Para agravar a descaracterização do logótipo original foram criadas várias versões nas quais o logo é aplicado sobre texturas 3D que na maior parte dos casos arruína a legibilidade do símbolo “G” da marca. A aplicação do “G” por cima de fundos com pouco contraste demonstra a falta de qualidade desta solução que apenas funciona na versão que tem um fundo com textura de relva.
Outro “passo atrás” foi a mudança de tipografia que a Ivity levou a cabo, passou da Dax Extended que tem bastante qualidade (apesar do uso excessivo em imagens gráficas corporativas) para uma tipografia parecida com a Sone Bold e que tem muito menos em comum com a geometria do ícone.
Depois da polémica imagem gráfica da Sonae, desenvolvida pela Ivity, mais uma vez esta agência aparece com um trabalho de qualidade muito baixa e que nos deixa a questionar o porquê das grandes marcas portuguesas confiarem os seus “rostos” a estes gigantes gráficos que cada vez mais parecem trabalhar de uma forma desfasada da realidade.
É uma actualização negativa e que decepcionou no geral, quer a nível de design gráfico puro e também a nível de estratégia de comunicação. Até houve algumas reacções críticas como podem ler nesta análise do Pedro Albuquerque da Albuquerque Designing Business.
Pretendemos fazer uma analise descontraída ainda que convicta dos nossos trabalhos e também dos trabalhos de outros designers...
Tentamos sempre ver os pontos positivos de cada caso e de igual forma os pontos negativos e expô-los perante o leitor que pode comentar os nossos textos e participar com a sua opinião acerca do que criticamos e do que criamos.
O texto contém alguns erros.
A marca EDP apenas foi criada por Sagmeister.
Quem desenvolveu rebrand da Galp em 2002 foi a Brandia.
Obrigado pela informação, vamos verificar e corrigir o texto.
O original criado nos anos 70 era muito superior! Uma seta com uma forma energética que juntou as cores da Sonap e da Sacor e da Gáscidla. Moderno e inigualável. Muito melhor !