O novo logótipo da Pfizer

DA OVAL À ESPIRAL!

A Pfizer recentemente mudou de logótipo. A farmacêutica mais falada do momento, devido à vacina para a Covid-19, mostra ao mundo um novo logo que entra em ruptura com o anterior e consequentemente com décadas de história da marca.

A Pfizer tinha um logótipo muito bom, um grafismo simples onde o texto Pfizer com uma composição de letras bastante bem apurada corta uma oval em desequilíbrio. A cor, azul, era também uma “imagem de marca” visto que é um gradiente com tons bastante originais e identificativos.
Este design manteve-se praticamente igual durante 70 anos e percebe-se porquê, era um logótipo excelente, tinha impacto, uma boa legibilidade e só a forma oval azul chegava para a marca ser reconhecida.

O redesign esteve a cargo da empresa TEAM e, apesar de ser uma ruptura, este mantém alguns dos aspectos do logo anterior, nomeadamente as formas ovais e a ligadura entre o f e o i.

A Team explica que a Pfizer na última década mudou o seu foco e que a nova marca tenta sublinhar essa ruptura, tentam mostrar a transformação da empresa transformando também a sua identidade gráfica.

A evolução histórica do logótipo, como podemos ver em cima, parte de um design típico do século 19. A empresa é de 1849, e no seu primeiro logótipo vemos um círculo negro com o nome de um dos fundadores Charles “Chas” Pfizer , a sigla CPCo no centro, a cidade onde estava sediada e o área de actuação, “ manufacturing chemists”. Era um logótipo que utiliza a fórmula do seu tempo, é difícil avaliar um logótipo de há 170 anos!

Em 1948 aparecem as bases do logótipo que se manteve até 2021. Neste ano a palavra Pfizer, aparece inscrita num globo oval, onde vemos a marcações dos meridianos e paralelos. Este logo tem um tom creme com as letras castanhas. É nesta altura que aparece a solução da ligadura entre o “f” e “i” que se mantém até hoje. O logótipo era competente mas os tons do mesmo eram muito pouco apelativos.

Esta solução, felizmente, durou pouco e em 1950, a marca opta pela cor azul dentro da oval mantendo sensivelmente o texto inalterado na forma mas mudando a cor que se torna branco.

Nos anos 90 há uma actualização do design no qual o azul torna-se mais luminoso e “jovem”. Nesta actualização o texto abandona o aspecto clássico serifado, estas mantêm-se apenas no “P” e no “r”. A perna do “f” alonga-se até ao limite da oval que se torna mais alta.

Depois, em 2009, houve um redesign que trouxe dinâmica à oval rodando ligeiramente o seu eixo horizontal. A cor torna-se um gradiente com um azul muito luminoso que tinha bastante impacto. O texto aqui também perde totalmente as serifas.

Na nossa opinião, este passo gráfico foi o mais interessante e mais competente do historial da Pfizer.

O logótipo manteve a sua imagem de marca mas com a nova posição da oval e a opção sem serifas do texto transformou muito positivamente o logo. Este mostrava-se moderno e com bastante presença.

Chegamos ao logo de 2021, em que é pela primeira vez abandonada a solução de inscrever a palavra numa forma curvilínea. Neste logótipo, há uma espécie de desmaterialização da oval em duas partes que segundo a marca simboliza a espiral do ADN. Há uma vontade de marcar uma nova posição da empresa, como disse a TEAM. Se olharmos com atenção vemos que a oval típica da marca se inscreve entre os espaços das duas tiras mais compridas. Há, apesar de tudo um esforço para se notar uma linha de continuidade.

O problema, a nosso ver, é que o ícone parece-nos demasiado banal, já vimos este tipo de solução demasiadas vezes. A Pfizer perde originalidade e perde a personalidade forte que adquiriu nas últimas décadas. Consideramos também que sofre por mudar os tons de azul que eram tão característicos. Este novo design talvez resultasse melhor mantendo as cores. Os novos tons parecem-nos não resultar em conjunto e o tom mais escuro fica um pouco indefinido entre o roxo e o azul-escuro.

Quanto ao texto, a fórmula é mantida mas agora utilizando a tipografia Noto Sans, desenhada pela Google e que tem bastante qualidade e permite aplicação em inúmeras línguas.

Conclusão, apesar de o novo logo ter qualidade, consideramos que a marca fica a perder com esta actualização. A tarefa não era fácil mas a escolha por um ruptura tão acentuada deixa a marca com menos impacto.

No site global da farmacêutica já podemos ver o novo logo em uso, na versão “.pt” ainda conta com a versão anterior.

Blog Logótipo.pt

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