14 Junho, 2022
A fusão entre a Zon e a Optimus tem sido muito badalada e não é pelas melhores razões.
A nova marca desenvolvida pela gigante inglesa Wolff Ollins está a ser ridicularizada nas redes sociais e temos que concordar que é mais um falhanço desta grande firma que já tinha sido enxovalhada com o branding dos Jogos Olímpicos de 2012.
Começa a ser habitual as grandes empresas de branding apresentarem trabalhos gráficos medíocres onde os conceitos aparecem como alma e motor das marcas deixando o aspecto visual para segundo plano. Na nossa opinião esta é uma grande falha na estratégia de branding que torna as marcas pouco convincentes e apelativas. A Sonae foi um destes casos, a Fidelidade outro, a Microsoft e a EDP também apresentam trabalhos pouco convincentes.
A Zon tinha uma imagem bastante bem conseguida com um aspecto arrojado, sofisticado, tecnológico e inovador, a Optimus também tinha apostado num logo muito original que era uma espécie de bolha de lava dotado de movimento, com recurso à simulação de volume e que contava com variadas configurações. A junção das duas marcas deveria ser um trabalho gráfico que elevasse as marcas e a qualidade do seu design gráfico e o resultado desta junção foi na opinião geral o contrário.
Podemos descrever a nova marca como sendo a palavra “NOS” onde o “O” se transforma numa circunferência formada por dezenas de traços a apontar o centro da mesma. O logo aparece nos diversos suportes sempre a preto e sempre plano. Como complemento ao logo monocromático aparece uma identidade gráfica com arcos mais uma vez formados com os traços concêntricos dotados de inúmeras cores com contrastes mal conseguidos e que rege toda a imagem da marca. É curioso este contraste entre o negro plano do logo e a parafernália das aplicações da marca nos suportes publicitários como os mupis, lonas publicitárias, outdoors, website etc. Há um lado positivo nestes suportes que é chamarem bastante à atenção pela saturação de cor a contrastar com o plano de fundo branco imaculado, por cima destes aparecem inúmeras imagens de conteúdos de televisão, personagens de séries etc que em alguns casos contribuem mais uma vez para a falta de harmonia da linha gráfica.
A tipografia utilizada é uma boa surpresa, denomina-se AZO e foi criada por Rui Abreu, um designer português. Esta tipografia é bastante simples e legível e tem alguns pormenores interessantes o que a torna uma boa aposta por parte da Wolf Ollins.
A “NOS” junto com a Sonae é um dos casos mais gritantes da alienação que as grandes empresas de branding denotam actualmente e que as leva a desvalorizar a qualidade do design gráfico. Talvez a máxima do Brendan Behan que “Não há má publicidade” funcione e que haja estudos que o comprovem! Já na Sonae o conceito por trás do logo formado por um grande número de círculos era a multiplicidade da empresa e agora este logo é formado por dezenas de traços coloridos que a marca diz representar a multiplicidade das pessoas que utilizam os seus serviços.
A tendência actual do branding são as cores puras e planas e os princípios do sistema gráfico Metro que prima pela bidimensionalidade e simplicidade, basta pensar no interface do Windows 8 e no logo da Microsoft e perceber que existe um traço comum.
Existem engraçadinhos pelas redes sociais a comparar o logo a um prato do supermercado Continente embora o logo em si seja monocromático e só a linha gráfica tenha o “arco-íris”.
Outros encontraram de imediato parecenças com um logo ligado à concorrência, o Meo Spot, esta semelhança a nossa ver é bastante grave e mostra a falta de conhecimento das marcas concorrentes. Outros ainda brincam com a falta de acento no logo que se lê “NOS” e não “NÓS” como a marca deseja e publicita. Talvez por ter sido feita por ingleses não tem o acento acaba por se ler “Nos”.
Concluindo, temos que dizer que esta marca está muito mal pensada e que esta junção de empresas merecia um trabalho competente.
Pretendemos fazer uma analise descontraída ainda que convicta dos nossos trabalhos e também dos trabalhos de outros designers...
Tentamos sempre ver os pontos positivos de cada caso e de igual forma os pontos negativos e expô-los perante o leitor que pode comentar os nossos textos e participar com a sua opinião acerca do que criticamos e do que criamos.
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Apesar de aplaudir a sintese informativa sobre os autores gráficos desta marca, não posso deixar de discordar da apreciação geral da marca.
É um logo muito versátil e fácil de utilizar. Tal como podemos ver nos disclaimers nos cinemas NOS no inicio de cada sessão, a linha gráfica e o conceito de uso dos diversos traços animados permitem uma extraordinária versatilidade à marca a qual pode assumir diversas configurações gráficas.
Apesar de desde sempre ter sido grande fã da comunicação da Optimus, tenho que admitir que o logótipo, pelas suas acaracterísticas, não era um dos mais fáceis de usar. Especialmente em situações de alto contraste.
Em todo o caso, é apenas a minha opinião
Bem sei que este post já tem uns anos e o tema do logo já foi muito explorado. No entanto, deparei-me recentemente com estes logotipos criados pela Paula Scher e, olhando para o segundo da primeira fila, parece-me impossível não notar as semelhanças gritantes.
Achei muito curioso falar no texto sobre o logo do Windows 8, pois também foi Paula Scher quem o criou.
https://i.pinimg.com/originals/22/57/e7/2257e723176131a2f07113061cd57359.jpg
Elementar. Zon ao contrário até dá NOZ.